Ao caro leitor
Há 11,12 anos eu fiz o curso de cozinheiro na SENAC aqui em Porto Alegre.
Eu quis fazer este curso porque eu estava preocupado com o futuro da minha profissão ( professor de japonês ).
Se contar com só este trabalho, caso perca alunos ou aulas nas escolas, eu vou ficar desempregado totalmente.
Depender de só uma fonte é muito perigoso.
Aliás, é difícil arrumar emprego numa empresa comum no país exterior para qualquer estrangeiro.
Contudo, na área de gastronomia, o que pesa mais na hora de contratar o funcionário novo é sua habilidade como cozinheiro.
O fato de ser estrangeiro não dever ser desvantagem do meu ponto de vista.
O curso na SENAC era composto de duas modalidades : a parte teórica e a parte prática.
Havia cerca de 20 alunos na turma e o professor era um africano que aprendeu a culinária francesa na França.
O curso cujo duração era de 6 meses era muito interessante e divertido.Eu fiz amizade com alguns alunos neste curso e fiz algumas comidas junto com colegas.
Eu jamais esquecerei o sabor do pudim que nós fizemos na fogão industrial, pois nunca tinha comido um pudim tão gostoso como aquele na minha vida.
A pena é que eu abandonei este curso depois de 1 mês e meio de aprendizagem.Não me lembro do motivo da minha desistência agora, mas eu estou me arrependido de não ter concluído o curso, apesar de não saber se o diploma do curso na SENAC vai valer muito na hora de procurar emprego.
No Japão, há um exame nacional para cozinheiro.Chorishi Menkyo ( 調理師免許 ) é uma qualificação profissional reconhecido pelo governo japonês.
Para ter esta qualificação, a maneira certa seria fazer o curso técnico nas escolas técnicas.
Nesses dias, o programa de TV japonesa que eu assisti apresentava uma escola técnica no qual forma cozinheiros de altíssima qualidade.
Eis Escola técnica de cozinheiro Tsuji ( 辻調理師専門学校 ).
Segundo o programa, 98 % dos formados nesta escola se formam empregados, enquanto o índice em média nas outras escolas de mesmo gênero é de 70% mais ou menos.
É impressionante,ne?
O diretor da escola destacava seguintes vantagens da escola na entrevista.
- Na aula, em vez de ensinar o que os alunos têm que fazer, fazer próprios alunos pensarem sobre como fazer os pratos e promover debate entre alunos.
- Usa-se ingredientes de primeira na aula para alunos se acostumarem com isso.
O investimento é meio salgado.
O curso de 1 ano, com o qual pode ter qualificação nacional para cozinheiro, custa 2,140,000 ienes ( R$ 46,500 ).
O curso completo de 2 anos, com o qual pode obter outras qualificações nacionais além de qualificação como cozinheiro, custa 3,710,000 ienes ( R$ 80,600 ) no total.
Só para você ter uma ideia, o custo total no primeiro ano na universidade particular Waseda, uma das universidades mais conceituadas, é entre 1,227,575 ienes e 1,777,000 ienes ( de R$ 26,670 até R$ 38,450 ).
Digamos que é um pouco mais caro do que fazer faculdade particular.Contudo, você vai conseguir arrumar emprego com certeza absoluta e com sua habilidade o risco de perder emprego é baixo ao longo da sua vida.
Talvez valha a pena fazer o curso nesta escola,ne?
O melhor é que esta escola aceita alunos estrangeiros também.
Estão surgindo muitos restaurantes “japoneses” aqui em Porto Alegre nos últimos anos.
Lamentavelmente a maioria dos donos brasileiros dessas restaurantes oferece só Temaki, um prato japonês que o povo japonês acostuma fazer em casa normalmente e que qualquer pessoa pode fazer sem treino.
Espero que algum brasileiro faça curso técnico lá para aprender culinária japonesa de verdade e abra um restaurante japonês de verdade aqui no Brasil.
Aliás, até seria melhor trabalhar numa restaurante no Japão durante 3,4 anos após sua formação, com o objetivo de adquirir experiência, aprofundar seu conhecimento e aperfeiçoar sua técnica no trabalho.
Fazer faculdade nem sempre é a melhor opção para você ter uma vida boa.
O curso técnico na culinária pode lhe proporcionar grande sucesso.
;)