Pidgin é o nome dado a qualquer língua que é criada, normalmente de forma espontânea, de uma mistura de outras línguas, e serve de meio de comunicação entre os falantes de idiomas diferentes. Os pidgin têm normalmente gramaticais rudimentares e um vocabulário restrito, servindo como línguas de contacto auxiliares. São improvisadas e não são aprendidas de forma nativa.
quinta-feira, 10 de novembro de 2011
Você conhece COLONIAGO, língua falada na comunidade japonesa?
9 comentários:
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Isso é muito normal. As pessoas não falam assim por opção, elas falam assim por que é natural para elas.
Quanto mais línguas você fala, mais você mistura elas sem querer.
Meu subrinho por exemplo é americano, ele sempre fala frases engraçadas como "look the cachorro! De baixo do vovo's carro"
ou "I want to lavar louça", ou "eu quero some ice por favor"
As vezes também, eu sinto que a expressão de uma língua cabe melhor ao que eu estou querendo dizer, então uso palavras em inglês no meio do português e vice versa, inclusive fazendo conjugações, utilizando regras gramaticais de uma língua na outra.
Teoricamente, se todos nós falássemos em torno de 20 línguas, todos nós nos sentiríamos mais a vontade misturando elas do que focando em uma só, e também achariamos isso mais eficiente. - 10 de novembro de 2011 às 16:45
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A tenho varias experiencias interessantes sobre este assunto. A primeira são uns amigos da minha familia que são japoneses imigrantes da decada de 40,fugidos da segunda guerra, eles viviam em colonia japonesa em São Paulo, e me lembro muito bem que a obaasan ( a avó se não me engano) fazia essas coisas como mesclar palavras dos dois idiomas,nunca soube que isso tinha nome, e eu até hoje não entendo nada do que ela fala. Já a família uma outra familia que conheçoque também são japoneses imigrantes dessa mesma época falam Japones fluente mente inclusive o pai deles trabalha fazendo comunicação com japoneses para a empresa Vale, e dar aulas de Japonês no Nikkei do Espirito Santo. Uma vez eles me contaram que o avô deles mora no Brasil a mais de 50 anos e até hoje não sabe falar português e que isso é um pouco comum nas colonias japonesas.
Também tem aqui no Espirito Santo um colonia Alemã de origem Pomerana que era um povo Germanico que hoje não existe mais na Alemanhã, mais ainda há colonia deles aqui no Brasil, eles quase não aprendem o português só o pomerano que é praticamente uma linguá morta, e alguns deles que saem da colonia fazem esse tipo de coisa também a mistura de idioma, o coloniago.
Acho que falei de mais né. - 11 de novembro de 2011 às 21:40
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As línguas de imigração no Brasil compartilham uma história em comum. O período de imigração em massa foi desde 1887 até o período entre guerras (1920-1930). Porém, durante o período das guerras mundiais, algumas línguas de imigração foram proibidas, principalmente italiano, alemão e japonês. As publicações (jornais, livros, etc) nessas línguas eram proibidas e durante o governo de Getúlio Vargas (1937-1945) o português foi implantado como língua obrigatória nas colônias, chegando ao limite da polícia prender qualquer pessoa que fosse vista falando uma língua estrangeira em público. Essas proibições afetaram fortemente as comunidades de imigrantes em relação à língua escrita, apesar da produção escrita ter sobrevivido no espaço privado. A língua falada também sofreu, pois nos espaços públicos só se podia falar o português e, principalmente, nas escolas das colônias, só se ensinava o português.
Dessa história (bastante resumida) das línguas de imigração no Brasil é possível perceber de onde surgiu essa intromissão do português no japonês falado nas colônias. Ao contrário do pidjin, a língua colonial é resultado do silenciamento da língua materna e não de uma necessidade de comunicação. Além disso, esse silenciamento ocorreu de forma destrutiva, o que criou uma relação complicada entre a língua de imigração e a língua nacional nos imigrantes e seus descendentes nas colônias.
Diferente de um japonês nativo, o descendente de imigrante japonês precisa lidar com essa tensão entre a língua nacional e a língua materna. Enquanto a maioria dos descendentes prefere apagar totalmente o japonês, para aceitar o português como língua materna e língua nacional, muitos dos que vivem nas colônias não conseguem fazer isso e esse sentimento de contradição se manifesta na língua falada através da mescla entre as línguas.
A relação do português com outras línguas faladas no Brasil é bastante complicada, principalmente porque vivemos uma época de ultracorreção da língua, onde qualquer desvio do "padrão" é considerado um crime contra a língua. Isso criou uma relação de hierarquia dentro do próprio português, com a língua padrão no topo e todas as variantes regionais na base. Nessa relação, as outras línguas situam-se fora da hierarquia, mas ainda abaixo do português "padrão". Essa política linguística do Brasil é terrível, pois acaba forçando o silenciamento destrutivo das variantes regionais e demais línguas dentro do Brasil. Isso aumenta também o preconceito social e afeta negativamente a cultura, apagando traços de individualidade em benefício da homogeneidade. - 15 de novembro de 2011 às 14:29
- André Henrique disse...
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Bem, como o Renato Kunz disse, aqui no Espírito Santo é comum tu ouvir pomerani pelas ruas de Santa Maria de Jetibá, mas ainda sim é difícil conversar com os imigrantes, ou até filhos de imigrantes que ainda moram lá, o sotaque deles é muito difícil de compreender, e olha que sou descendente de italianos, cidadão italiano e falo um pouco de italiano.
O que difere na situação do coloniago é que muitas crianças do interior só tem contato com a língua portuguesa na escola (conheci alguns decendentes de pomeranos assim), já os italianos que vieram ao Brasil e pro ES não falavam a língua italiana falavam o dialeto da sua região na Ítália(dialeto Vêneto, dialeto Trentino, entre outros) e que não dá pra compreender falando italiano ensinado hoje. Minha avó fala dialeto trentino e é muito diferente do italiano que aprendi na escola.
O silenciamento dos imigrantes ocorreu e também era feio não falar português, tanto que aqui tem a festa do imigrante italiano e muitos idosos reclamam da festa contando do preconceito que sofriam na escola e fora das colônias. Há também o caso das línguas crioulas, mas elas não são muito comuns no Brasil.
Mais um post muito bom. - 16 de novembro de 2011 às 01:59
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Ao contrario de voce ,nao acho o coloniago feio,talvez pelo maior contato com as pessoa de idade(os maiores usuarios dela)aqui no meu bairo, eu ate utilizo dela quando eu mesmo nao consigo lembrar a palavra japonesa certa numa conversa em japones
E para complicar moro num bairro com a maior concentraçao de japoneses vindos de Okinawa ,que possui um dialeto muito distinto do japones ,entao alem de ouvir uma mistura de japones com portugues ,ouço uma mistura de okinawago com portugues tambem - 16 de novembro de 2011 às 22:18
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そっか??知らんかったな!!うちの家族のなかでよく日本語の単語使ってるんだけど”コロニア語”っていうのは初めて聞いた
- 19 de novembro de 2011 às 15:15
- BOB disse...
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É uma porcaria falar em japones com descendente. Falam tudo errado e quando tentamos falar correto, eles não entendem nada do que voce diz.
Na escola aprendi que pai é otousan, quando falei assim com alguém, não entenderam e eles falavam toti para dizer. Eles falam que nossa lingua é burajirogô(alusão a ligua brasileira) e que deveria ser portugarogô, lingua portuguesa.
Porisso e pelo preconceito, desisti de aprender japones. - 22 de dezembro de 2011 às 13:33
- Marcio disse...
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No RS e SC as comunidades alemãs falam Hunsrückisch e as comunidades italianas falam Talian, são usados até hoje. Quando eu estava fazendo o professorado de italiano aqui em Buenos Aires, tivemos um trabalho em grupo sobre dialetos italianos dentro e fora da Itália, fizemos sobre o Pugliese que é o idioma da minha sogra e sobre o Talian, e descobri que ele foi reconhecido até na Itália.
Eu imaginava que com o idioma japonês não poderia ser diferente. Fiquei com vontade de escutar alguém falar em Coloniago :) - 20 de janeiro de 2012 às 12:43
- Roberta C disse...
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Como o comentário acima disse, aqui na Serra gaúcha se fala o Talian. Sou descendente de italianos com quase toda família na Serra e desde pequena aprendi só o Talian...qdo fui a escola que comecei a entender que metade das palavras que eu falava não eram da língua portuguesa ;)
- 2 de novembro de 2012 às 21:53