Hoje eu gostaria
de lhe apresentar quais estratégias as empresas japonesas adotam para fazer
negócio nos exteriores.
Petrobras, Vale
do Rio Doce,Embraer......
As primeiras duas
são do setor primário ( 第1次産業 ). A primeira é meio
estatal e a segunda é privatizada.E a última é da aeronáutica, que é o setor
bem específico.
O que estão em
comum entre elas é que os clientes delas não são consumidores comuns.
Para elas
venderem seus produtos aos clientes estrangeiros, não há necessidade de
instalar fábricas nem filiais nos países estrangeiros.Basta mandar seus
funcionários aos países para fechar negócios.
Qual língua vai
ser utilizada no negócio?
É inglês,
independente do país onde funcionário brasileiro for.Se souber falar espanhol,
seria perfeito.Só que quem tem vocação para idioma entenderia espanhol sem
estudá-lo graças às semelhanças com português.
Ou seja, para um
brasileiro conseguir se destacar no cenário internacional, basta saber apenas inglês
praticamente, além de precisar saber bem sobre o que se trata no seu ramo.
Por outro lado,
como eu já tratei num post, o Japão é um país pobre onde não tem recursos
naturais.Portanto, as empresas japonesas precisam importar recursos naturais
dos países ricos como Brasil e Estados Unidos e transformá-los em produtos
industrializados para vendê-los aos países “ricos”.
Por falar em
empresas japonesas, Toyota,Honda, Sony e Panasonic são marcas japonesas bem
reconhecidas, que vendem seus produtos aos consumidores comuns no
mundo inteiro,não é?
No entanto, além
dessas empresas, Sogo Shosha ( 総合商社 ) também é um tipo
de empresa peculiar que se destaca na cena internacional, apesar de que
consumidor comum como eu e vocês não reconhecemos suas presenças no dia a dia.
Aliás, você já
ouviu falar Sogo Shosha?
Não é fácil
explicar ao respeito em poucas palavras. Contudo, digamos que é um tipo de
empresa que trata de tudo em relação aos negócios, desde a compra dos materiais
até a venda dos produtos finais.O que Sogo Shosha trata é todos os produtos que
você pode imaginar, desde Cup Noodles até foguete, inclusive serviços.
Segue a lista,na
qual mostra em quais empresas universitários japoneses a serem formados em 2014
queria trabalhar( Fonte :
Diamond Syukatsu Navi 2014 ).
Homem de ciência humana
|
Homem de ciência exata
|
||
1
|
Mitsubishi Shoji
|
1
|
JR Higasi nihon
(ferrovia)
|
2
|
Sumitomo Shoji
|
2
|
Hitachi
|
3
|
UFJ (banco)
|
3
|
Sumitomo shoji
|
4
|
Itouchyu Shoji
|
4
|
NTT Data ( TI )
|
5
|
Tokyo Kaijyou
(seguro)
|
5
|
Toshiba
|
6
|
Marubeni
|
6
|
Lotte
|
7
|
Mizuho (banco)
|
7
|
Mitsubishi
|
8
|
Mitsuisumitomo
(banco)
|
8
|
Marubeni
|
9
|
UFJ shintaku
(banco)
|
9
|
JR Tokai
(ferrovia)
|
10
|
Mitsui Bussan (
construtora )
|
10
|
Itochyu Shoji
|
(Quem quiser saber sobre como universitários japoneses arrumam empregos, pode verificá-lo no seguinte post.)
As empresas com
cor vermelha na lista acima são Sogo Shosha. Deu para notar sua grande
popularidade entre universitários tanto da ciência humana quanto da ciência
exata,ne?
Então, o que as
empresas japonesas citadas acima e Sogo Shosha estão fazendo ao fazer negócios
no exterior?
- Negociar sobre terrenos e condições financeiras com políticos locais.
- Instalar fábricas ou filiais.
- Contratar funcionários locais e dar treinamento para eles.
- Construir redes de vendas dos produtos.
Diferente da
época em que os funcionários japoneses mandados do Japão controlavam quase tudo
desde a produção até as vendas dos produtos, hoje em dia fazer diretores estrangeiros
administrarem quase tudo está ficando prática mais comum adotada pelas empresas
japonesas.
Mesmo assim, as
empresas japonesas ainda mandam funcionários japoneses para exteriores, pois
pensam que formar certo número de especialistas em cada país é uma estratégia
indispensável ao vender produtos no mundo inteiro.
Portanto, essas
empresas japonesas mandam funcionários novos,cuja faixa etária é de 25 até 30
anos, que já trabalharam entre 4 e 8 anos no Japão,para países estrangeiros. E eles estudam o idioma local durante 1 ano no
país como se fosse estudante.O bom é que eles continuam recebendo salário
normal no exterior, além do custo para hospedagem e estudo
na escola.Após 1 ano de estudo no exterior, eles precisam trabalhar durante
alguns anos junto com funcionários locais numa das filiais instalados no país
utilizando o idioma estrangeiro que aprenderam.
Apesar de que há muitos filiais e fábricas das empresas japonesas em São Paulo, muitas empresas mandam seus funcionários para Porto Alegre, para que eles consigam aprender português melhor afastando eles da comunidade japonesa, onde se pode viver tranquilo sem falar português.
Apesar de que há muitos filiais e fábricas das empresas japonesas em São Paulo, muitas empresas mandam seus funcionários para Porto Alegre, para que eles consigam aprender português melhor afastando eles da comunidade japonesa, onde se pode viver tranquilo sem falar português.
Em Porto Alegre,
UFRGS oferece o curso de português para estrangeiros. A maioria dos japoneses mandados pelas empresas japonesas faz inscrição
para este curso.
Eu também fiz este curso há mais de 10 anos.Na época, tinha muitos alunos oriundos dos países da america latina na sala de aula.Eles falavam “portonhol” fluentemente. Dizem que há mais coreanos e chineses do que japoneses no curso nos últimos anos.
A maioria dos
alunos japoneses mandado pelas empresas abandonam o curso depois de frequentar
durante 1 mês ou 2 meses no máximo.Como a aula é dada em grupo, há pouca chance
de conversar com professor e o rítimo do curso é bem lento.Em um ano,eles
precisam chegar pelo menos no nível intermediário em que podem se comunicar com
os brasileiros no negócio sem nenhuma dificuldade.Não têm tempo de ficar
curtindo intercâmbio.Portanto, eles optam pela aula na escola privada ou pela
aula particular, onde eles podem melhorar seus desempenhos de maneira mais
eficiente, em ritmo mais acelerado.
Eu tenho uma dúvida.Será que há
sistema parecido de qualificar seus funcionários nas empresas brasileiras ou nas
empresas de países ocidentais?
Eu sei que
algumas empresas brasileiras dão auxílios para seus funcionários fizerem cursos
de especialização ou de idioma estrangeiro.No entanto, é difícil imaginar que
uma empresa brasileira vai dispensar um funcionário do trabalho para ele
estudar um idioma estrangeiro durante 1 ano no exterior, além de pagar todas
as despesas e salário.
Eu penso assim
porque em geral brasileiro não tem fidelidade à empresa.Muitos brasileiros não
hesitam de trocar empresas caso eles receberem uma proposta melhor,não é?O pior é que investir
na qualificação de um funcionário é muito risco para empresa no Brasil.
Na verdade, até
esses funcionários japoneses também são obrigados a assinar no contrato no qual
o assinante declara que continua trabalhando na empresa pelo menos 5 anos
depois do término do estudo no exterior, o que evita o abuso do sistema por
parte do funcionário.
Bom.Vender
produtos ou serviços não é simplesmente transferir produtos de um lugar para
outro lugar ou prestar serviço aos cliente de qualquer jeito.
O que se deu
certo no seu país natal nem sempre dá certo no outro país.Para saber a demanda
local, precisa se viver no local comendo mesmas coisas que as pessoas locais comem.O
idioma é uma ferramenta importante, com o qual pode se comunicar com pessoas e
adquirir informações necessários.
Por isso mesmo,
eu acho muito bom esse sistema adotado pelas empresas japonesas.
O que você acha
disso?E o que as empresas
brasileiras podem vender para exterior além dos produtos primários daqui para
frente e como pode realizá-lo?
;)
acho que uma das últimas empresas que se instalou no Brasil foi a Kirin, fico imaginando os Japoneses chegaram a um ano antes de qualquer coisa e ficaram tomando umas cervejas nos butecos para aprender "o que o brasileiro gosta". servicinho bom esse ,rs.
ResponderExcluirOlha nem sei porque o Brasil não faz isso... Mas será que não faz mesmo? Sinceramente eu não sei, to meio por fora desse ciclo ^^"... Mas também o Brasil não tem tantas empresas nacionais grandes o suficiente pra poder bancar isso (pelo menos não quando se comparado ao Japão). Mas de modo geral... Pode ser uma falta de visão dos empresários brasileiros mesmo... Foi uma observação boa que você fez Yuki ^^
ResponderExcluirPS: HA! Só uma pequena correção, é Embraer não Embrael ^^"
Eu trabalho em um banco brasileiro que possui um escritório no japão e oferece aos funcionários a oportunidade de estudar japonês por um ano lá em curso de imersão, assim como você escreveu. Mas para obrigar o funcionário a não abandonar a empresa só funcionários que ocupam cargos muito altos têm direito a essa oportunidade (pelo menos altos o suficiente para eles não imaginarem mudar de emprego)
ResponderExcluirObrigado pela informação.
ResponderExcluirNa verdade, o banco é uma exceção,pois praticamente a única função do banco brasileiro no Japão é transferir dinheiro ganho pelo descendente de japonês que trabalham no Japão para o Brasil.
;)
Pois então, eu estava no google procurando uma explicação sobre o "v sign" que os japoneses fazem nas fotos e encontrei o teu blog. Vivi um situação parecida, onde um amigo japonês veio fazer exatamente o que tu citaste: estudar português 1 ano em POA por intermédio de uma empresa japonesa e trabalhar na filial aqui no país. Hoje ele está em São Paulo, trabalhando com pessoas locais e já é fluente na língua (por ironia no Banco Mizuho, também citado no post). Foi uma grande experiência tanto para mim (por tê-lo conhecido), quanto para ele (por estar aqui vivendo este grande desafio).
ResponderExcluirEstas empresas pelo que entendi seriam uma versao moderna da Companhia das Indias Ocidentais. Nao sao fabricas ou produtoras. Sao intermediarias, exportadoras e importadoras, com funcoes financeiras e politicas. Precisariamos ter herdeiros dos administradores das capitanias hereditarias em conjunto com os descendentes de Dom Pedro e dos barões do café se reunindo na sede da FIESP e com a sede da Republica em São Paulo. Criar um Ministério de patentes em SP ligado as maiores empresas e universidades. Não haver voto direto para presidente alternado -se no poder seguindo a política do café com leite. Ou seja, por diferenças no caminho histórico percorrido não há este tipo de empresa fora do Japao.
ResponderExcluirAs 3 empresas q vc citou tem capital aberto S/A, eu tentei entrar em algumas dessas empresas tipo a Whirlpool, Unilever e etc.. É td plano de carreira e tem que começar de baixo pelo trainee e ir passando por vários setores. Só o teste de trainee vc precisa ter um inglês mto afiado, a prova era nível de Toefl ou Toeic. Então eu acho que nem precisaria mandar alguém aprender inglês em outro país se todo mundo que entra já tem q saber um inglês avançado.
ResponderExcluirTenho um conhecido que concluiu todo o ensino médio e parte do ensino fundamental por uma espécie de convênio entre a empresa em que ele trabalhava e um grupo de professores de cursinho pré-vestibular. Também conheço outra pessoa que ganhou da empresa em que trabalhava, dois cursos de aperfeiçoamento. Claro que em ambos os casos meus conhecidos tiveram que assinar um contrato, o qual dizia que estavam impedidos de deixar a empresa em determinado prazo. Mas nunca ouvi falar de empresas que enviam seus funcionários ao exterior e ainda custeiam os gastos...
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