Você estuda alguma língua estrangeira?
Sim!?
Por que você está aprendendo essa língua?
É apenas passatempo ou para conseguir arranjar bom emprego no futuro?
Que seja, eu imagino que é difícil de ter oportunidades para se comunicar com os nativos da língua que você está aprendendo na sua cidade.
Em 1995,eu me formei em letras da Universidade Federal de Tsukuba do Japão, cujo objetivo era formar professores de japonês para estrangeiros.
Só que tudo era teoria e não aprendi nada de prática.
Por falar a verdade, eu queria dar aula de japonês para alunos estrangeiros na sala de aula, pois eu acreditava que foi só assim que eu poderia me tornar professor de japonês.
Aprender só teoria era muito chato e eu fui perdendo o interesse pelo estudo e nem sabia que tipo de conhecimento eu precisava estudar mais por falta de experiência.
Universidade de Tsukuba é uma das universidades que têm maiores número dos alunos estrangeiros do Japão (1356 alunos em 2008). No entanto, a maioria dos alunos estrangeiros já sabia falar japonês muito bem antes de vir à Japão.
Como eu assumia o cargo de tutoria que cuidava dos alunos estrangeiros, eu tinha mais contato com alunos estrangeiros comparando com outros estudantes comuns. Mesmo assim, esses alunos não serviam para atender ao meu desejo de dar aula de japonês.
Na última visita à Japão em janeiro de 2011, eu fiz a palestra sobre o ensino de japonês no Brasil para os estudantes das letras da Universidade de Tsukuba, como eu já escrevi num post neste blog.
Na ocasião, eu já tinha proposto uma parceria entre Universidade de Tsukuba e Instituto de Cultura Japonesa da PUC-RS para a presidente da Letras, que era minha orientadora na época em que eu estudava lá.
Eu propus isso porque eu achava que intercâmbio entre os estudantes das duas universidades poderá beneficiar os dois.
Como os professores de lá gostaram da minha ideia, nós decidimos fazer vídeo-conferência como primeiro passo para futura parceria entre duas universidades.
Desde então, acabamos demorando quase 1 ano e meio até a realização do evento.Contudo,nós realizamos o vídeo-conferência no dia 20 de junho na sala de curso à distância da PUC.
Fazer apresentação sobre vida cotidiana no Japão não é igual ao dar aula de japonês para alunos estrangeiros.Entretanto, quando eles estavam escolhendo temas e estava preparando matérias para apresentações, devem ter pensado em várias coisas tais como temas adequados, vocabulário mais fácil e gramática mais simples,etc, para que suas apresentações sejam mais compreensíveis e interessantes para os alunos brasileiros daqui.
Eu acredito que tudo isso fez com que os estudantes japoneses crescessem para que eles sejam bons professores de japonês no futuro.
Por outro lado, assistir apresentações feitas pelos estudantes japoneses e interagir com eles através das perguntas simples devem ter motivado os estudos dos alunos brasileiros bastante.
Apesar de que os alunos em geral têm bastante contatos com a cultura japonesa através do anime, manga e novela, a grande maioria não tem contato pessoal com japonês nativo aqui em Porto Alegre, onde residem muitos poucos japoneses.
O único japonês nativo que eles têm contatos seria eu e outra professora do Instituto de cultura japonesa.
Os alunos podem melhorar seus desempenhos comunicando comigo só em japonês. No entanto, eu não vou servir como um nativo que nem esses estudante japoneses, pois nós nos já conhecemos bem.
A comunicação real só acontece entre as pessoas desconhecidas, pois assim eles tentam buscar informações necessários do outro de qualquer jeito. Neste sentido, 7 estudantes japoneses que ninguém tinha conhecido criaram um ambiente de comunicação real.
Durante a vídeo-conferência,tanto estudantes japoneses quanto alunos brasileiros ficavam muito nervosos, já que eles nunca tiveram experiência assim. Pelo que eu observei,especialmente os alunos brasileiros pareciam mais nervosos, pois tinham medo de falar japonês errado.
Na hora de falar uma língua estrangeira com nativos, o que é mais importante é tentar se comunicar sem medo de falar errado.Os nativos sabem que um aprendiz de uma língua pode cometer erros gramaticais e usar vocabulários inadequados e eles são generosos em relação ao isso. É claro que é melhor falar uma língua sem cometer nenhum erro. Contudo, o que é pior é não falar nada pelo medo de cometer erros.
A língua é uma ferramenta maravilhosa com qual podemos comunicar com as pessoas que falam essa língua. No entanto, falar uma língua estrangeira corretamente ou tirar nota boa nas provas jamais serão nossos objetivos finais do estudo de uma língua estrangeira.
Não têm oportunidade de usar a língua que você está aprendendo por acaso!? Se não tiver, basta criar essa oportunidade como vídeo-conferência.
Por último, eu lhe pergunto de novo.
Por que você está aprendendo uma língua estrangeira??
;)